Para que o outro nos ame, é preciso que nós nos amemos em primeiro lugar. Se nós não gostarmos de nós, como é que os outros podem gostar?
Quando gostamos de alguém,
esta pessoa torna-se especial para nós e damos-lhe valor. E, por vezes, esse
valor sobrepõe-se ao nosso amor próprio. E é aí que reside o problema. Quando
colocamos o outro acima de nós, e lhe damos demasiado valor, isso tem
consequências graves para a nossa alma. Porque perdemos o contacto com ela. O
outro torna-se no centro da nossa vida e perdemos o nosso poder pessoal para
ele. É isso o que acontece em muitos tipos de relações, familiares, amizades,
amorosas, etc.
Viemos aprender a estar numa
relação sem perder o nosso amor e valor próprios, o nosso poder pessoal. É
preciso estar sempre alerta e em contacto com a nossa alma.
A grande maioria das relações
amorosas acontece com base na carência emocional. Foi nos passada uma
programação de que somos uma metade que procura outra metade. E que precisamos
dela para sermos felizes, para experienciarmos o Amor. Esta imagem cria em nós
dependência do outro e uma incapacidade para sermos felizes sozinhos. E
principalmente coloca o Amor e a felicidade fora de nós, no outro, quando na
realidade eles existem dentro de nós e à nossa volta. Cria uma enorme
ansiedade, infelicidade e desfoca-nos completamente de nós próprios. Atrasa a
nossa evolução, porque em vez de nos concentrarmos na nossa vida, em nos
realizarmos, em sermos felizes, cria a ideia de que não somos felizes sem a
outra pessoa. E acabamos por não dar ao mundo o melhor de nós próprios, o nosso
Amor. Tudo porque achamos que não o temos, que ele está fora de nós. E
principalmente, que vem do outro. É como se a chave da nossa felicidade
estivesse com outra pessoa. Tira-nos o nosso poder pessoal e faz-nos dá-lo ao
outro. É por isso que a carência nas relações cria muitos conflitos. Porque um
nunca dá o que o outro precisa e entende que deve receber. Porque onde existe
carência existe um vazio para ser preenchido. E nem sempre o outro o preenche
na totalidade. Porque nem sempre um entende o vazio do outro. Pois todos temos necessidades
diferentes porque todos somos diferentes, com experiências diferentes.
Numa relação em que cada um é
um ser inteiro, em que não há dependência, um não sobrevaloriza o outro, um não
perde o seu poder pessoal para o outro, é uma relação completa, dinâmica, que
se alimenta constantemente, em que os dois seres evoluem um com o outro. Há uma
troca constante. E não há exigências de ambos os lados. Porque ninguém é
obrigado a nada. Cada um está na relação porque o escolhe estar e não por
dever, obrigação, ou porque um acha que precisa do outro para ser feliz ou para
sentir Amor. Não há expectativas para que o outro seja isto ou aquilo, porque
não há necessidade de que o outro nos dê isto ou aquilo. Há um maior
companheirismo, compreensão, tolerância, aceitação e principalmente, paciência.
Olhar para o outro a partir da alma, como um ser que não é perfeito. E aceitar
essa imperfeição, pois nenhum de nós é perfeito enquanto aqui no planeta
Terra.
Esse é o Maior Amor. O
importante deixa de ser o precisar do Amor que o outro tem por nós, e passa a
ser o oferecer o Amor que já sentimos, que já existe dentro de nós. A verdade é
que o outro é apenas uma personagem que desperta o Amor, que já existe, dentro
de nós. Ele é a inspiração. Mas o Amor pode ser despertado por ele, como por
tantas outras coisas na nossa vida. Desde o momento em que acordamos até ao
momento em que vamos dormir, a oportunidade para sentir Amor existe à nossa
volta. É preciso é saber apreciar cada momento, cada ser, cada oportunidade. E,
para isso, precisamos estar em contacto com a nossa alma, ao longo do dia. É
quando fazemos contacto com ela, que experienciamos esse Amor. Pois o Amor que
procuramos é o Amor que a nossa alma sente por nós. E só quando fazemos algo
que nos permite estar em contacto com ela, é que sentimos esse Amor. Esse Amor
está disponível para todos nós. E não precisamos de ninguém para o sentirmos. É
só aceitarmos esse Amor. E o caminho a seguir é
através do coração. É no coração que está a chave para aceder à nossa alma. É
ele que guarda o poder que temos de nos ligarmos ao mar de Amor disponível
dentro de nós e à nossa volta.
Apreciar cada momento, cada situação,
cada pessoa, cada ser, cada coisa! É só apreciar! Apreciar com o coração!
Sandra Duarte
Knowing to Love
For another to love us, it’s necessary for us to love ourselves in the first place. If we don’t like ourselves, how can others do?
When
we like someone, this person becomes special to us and we value him. And,
sometimes, this value overlaps our self-love. And therein lies the problem. When we place the other above us and
give him too much value, that has serious consequences to our soul. Because we
lose touch with it. The other one becomes the centre of our life and we lose
our personal power to him. That’s what happens in many types of relationships,
family, friendships, love affairs, etc.
We
came to learn to be in a relationship without losing our self-love and self-worth,
our personal power. We need to be always alert and in contact with our soul.
Most
of love relationships happen based on emotional neediness. It was passed to us
a program in which we are one half looking for the other half. And we need it
to be happy, to experience Love. This image creates in us dependence on others
and an inability to be happy by ourselves. And above all, it places Love and
happiness outside of ourselves, in the other, when in reality they exist within
us and around us. It creates enormous anxiety, unhappiness and defocus us
completely of ourselves. Delays our evolution, because instead of focusing in
our own life, in fulfilling ourselves, in being happy, creates the idea that
we’re not happy without the other. And we end up not giving to the world the
best of ourselves, our Love. All because we assume we don’t have it, that it’s
ouside of us. And mostly, that it comes from the other. It’s as if the key to
our happiness was with someone else. It takes away our personal power and makes
us give it to someone else. That’s why neediness in relationships creates many
conflicts. Because one never gives what the other needs and believes he should
receive. Because where there’s neediness there’s a void to be filled. And the
other doesn’t always fill it completely. Because one doesn’t always understand
the emptiness of the other. Because we all have different needs because we all are
different, with different experiences.
In
a relationship where each one is a whole being, in which there’s no dependence,
one doesn’t overestimate the other, one doesn’t lose his personal power to the
other, is a complete relationship, dynamic, which is constantly nourished, in which
the two beings evolve with each other. There’s a constant exchange. And
there’s no demands from both sides. Because
no one is bound to anything. Each one is in the relationship because each choose
to be and not out of duty, obligation, or because one thinks he needs the other
to be happy or to feel Love. There are no expectations for the other to be this
or that, because there is no need for the other to give us this or that. There’s
a greater companionship, understanding, tolerance, acceptance and especially,
patience. To look at the other coming from the soul, as a being who is not
perfect. And accept that imperfection, for none of us is perfect while
here on planet earth.
This
is the Greatest Love. The important thing is no longer the need for the Love
the other has for us, and becomes the offering of the Love we already feel,
that already is within us. The truth is that the other one is just a character
that awakens the Love that already exists within us. He is
the inspiration. But Love can be
awakened by him as by many things in our life. From the moment we wake up until
the moment we go to sleep, the opportunity to feel Love is all around us. It’s
necessary to know how to appreciate every moment, every being, every
opportunity. And for that, we need to be in contact with our soul, throughout
the day. It’s when we make contact with it that we experience that Love. For
the Love we seek is the Love our soul feels for us. And only when we do
something that allows us to be in contact with it, we feel that Love. That Love
is available for all of us. And we don’t need anyone to feel it. We only need
to accept that Love. And the path to follow is through the
heart. It’s in the heart that lies the key to access our soul. It’s the heart
that holds the power we have to link ourselves to the sea of Love available within and around us.
Appreciate
every moment, every situation, every person, every being, every thing! Just
appreciate! Appreciate with the heart!
Sandra Duarte
Sem comentários:
Enviar um comentário