segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Saber Amar






Viemos aprender a nos amarmos a nós próprios. E é necessário fazermos uma parte deste caminho sozinhos. A vida coloca-nos em situações de solidão e isolamento para que aprendamos a estar na nossa própria companhia, a conviver connosco próprios. 
Para que o outro nos ame, é preciso que nós nos amemos em primeiro lugar. Se nós não gostarmos de nós, como é que os outros podem gostar?

Quando gostamos de alguém, esta pessoa torna-se especial para nós e damos-lhe valor. E, por vezes, esse valor sobrepõe-se ao nosso amor próprio. E é aí que reside o problema. Quando colocamos o outro acima de nós, e lhe damos demasiado valor, isso tem consequências graves para a nossa alma. Porque perdemos o contacto com ela. O outro torna-se no centro da nossa vida e perdemos o nosso poder pessoal para ele. É isso o que acontece em muitos tipos de relações, familiares, amizades, amorosas, etc.

Viemos aprender a estar numa relação sem perder o nosso amor e valor próprios, o nosso poder pessoal. É preciso estar sempre alerta e em contacto com a nossa alma.

A grande maioria das relações amorosas acontece com base na carência emocional. Foi nos passada uma programação de que somos uma metade que procura outra metade. E que precisamos dela para sermos felizes, para experienciarmos o Amor. Esta imagem cria em nós dependência do outro e uma incapacidade para sermos felizes sozinhos. E principalmente coloca o Amor e a felicidade fora de nós, no outro, quando na realidade eles existem dentro de nós e à nossa volta. Cria uma enorme ansiedade, infelicidade e desfoca-nos completamente de nós próprios. Atrasa a nossa evolução, porque em vez de nos concentrarmos na nossa vida, em nos realizarmos, em sermos felizes, cria a ideia de que não somos felizes sem a outra pessoa. E acabamos por não dar ao mundo o melhor de nós próprios, o nosso Amor. Tudo porque achamos que não o temos, que ele está fora de nós. E principalmente, que vem do outro. É como se a chave da nossa felicidade estivesse com outra pessoa. Tira-nos o nosso poder pessoal e faz-nos dá-lo ao outro. É por isso que a carência nas relações cria muitos conflitos. Porque um nunca dá o que o outro precisa e entende que deve receber. Porque onde existe carência existe um vazio para ser preenchido. E nem sempre o outro o preenche na totalidade. Porque nem sempre um entende o vazio do outro. Pois todos temos necessidades diferentes porque todos somos diferentes, com experiências diferentes.

Numa relação em que cada um é um ser inteiro, em que não há dependência, um não sobrevaloriza o outro, um não perde o seu poder pessoal para o outro, é uma relação completa, dinâmica, que se alimenta constantemente, em que os dois seres evoluem um com o outro. Há uma troca constante. E não há exigências de ambos os lados. Porque ninguém é obrigado a nada. Cada um está na relação porque o escolhe estar e não por dever, obrigação, ou porque um acha que precisa do outro para ser feliz ou para sentir Amor. Não há expectativas para que o outro seja isto ou aquilo, porque não há necessidade de que o outro nos dê isto ou aquilo. Há um maior companheirismo, compreensão, tolerância, aceitação e principalmente, paciência. Olhar para o outro a partir da alma, como um ser que não é perfeito. E aceitar essa imperfeição, pois nenhum de nós é perfeito enquanto aqui no planeta Terra.

Esse é o Maior Amor. O importante deixa de ser o precisar do Amor que o outro tem por nós, e passa a ser o oferecer o Amor que já sentimos, que já existe dentro de nós. A verdade é que o outro é apenas uma personagem que desperta o Amor, que já existe, dentro de nós. Ele é a inspiração. Mas o Amor pode ser despertado por ele, como por tantas outras coisas na nossa vida. Desde o momento em que acordamos até ao momento em que vamos dormir, a oportunidade para sentir Amor existe à nossa volta. É preciso é saber apreciar cada momento, cada ser, cada oportunidade. E, para isso, precisamos estar em contacto com a nossa alma, ao longo do dia. É quando fazemos contacto com ela, que experienciamos esse Amor. Pois o Amor que procuramos é o Amor que a nossa alma sente por nós. E só quando fazemos algo que nos permite estar em contacto com ela, é que sentimos esse Amor. Esse Amor está disponível para todos nós. E não precisamos de ninguém para o sentirmos. É só aceitarmos esse Amor. E o caminho a seguir é através do coração. É no coração que está a chave para aceder à nossa alma. É ele que guarda o poder que temos de nos ligarmos ao mar de Amor disponível dentro de nós e à nossa volta.


Apreciar cada momento, cada situação, cada pessoa, cada ser, cada coisa! É só apreciar! Apreciar com o coração!


Sandra Duarte




Knowing to Love


We came to learn to love ourselves. And it’s necessary to make a part of this path alone.
Life puts us in situations of loneliness and isolation so that we learn to be in our own company, to live with ourselves.
For another to love us, it’s necessary for us to love ourselves in the first place. If we don’t like ourselves, how can others do?

When we like someone, this person becomes special to us and we value him. And, sometimes, this value overlaps our self-love. And therein lies the problem. When we place the other above us and give him too much value, that has serious consequences to our soul. Because we lose touch with it. The other one becomes the centre of our life and we lose our personal power to him. That’s what happens in many types of relationships, family, friendships, love affairs, etc.

We came to learn to be in a relationship without losing our self-love and self-worth, our personal power. We need to be always alert and in contact with our soul.

Most of love relationships happen based on emotional neediness. It was passed to us a program in which we are one half looking for the other half. And we need it to be happy, to experience Love. This image creates in us dependence on others and an inability to be happy by ourselves. And above all, it places Love and happiness outside of ourselves, in the other, when in reality they exist within us and around us. It creates enormous anxiety, unhappiness and defocus us completely of ourselves. Delays our evolution, because instead of focusing in our own life, in fulfilling ourselves, in being happy, creates the idea that we’re not happy without the other. And we end up not giving to the world the best of ourselves, our Love. All because we assume we don’t have it, that it’s ouside of us. And mostly, that it comes from the other. It’s as if the key to our happiness was with someone else. It takes away our personal power and makes us give it to someone else. That’s why neediness in relationships creates many conflicts. Because one never gives what the other needs and believes he should receive. Because where there’s neediness there’s a void to be filled. And the other doesn’t always fill it completely. Because one doesn’t always understand the emptiness of the other. Because we all have different needs because we all are different, with different experiences.

In a relationship where each one is a whole being, in which there’s no dependence, one doesn’t overestimate the other, one doesn’t lose his personal power to the other, is a complete relationship, dynamic, which is constantly nourished, in which the two beings evolve with each other. There’s a constant exchange. And there’s no demands from both sides. Because no one is bound to anything. Each one is in the relationship because each choose to be and not out of duty, obligation, or because one thinks he needs the other to be happy or to feel Love. There are no expectations for the other to be this or that, because there is no need for the other to give us this or that. There’s a greater companionship, understanding, tolerance, acceptance and especially, patience. To look at the other coming from the soul, as a being who is not perfect. And accept that imperfection, for none of us is perfect while here on planet earth.

This is the Greatest Love. The important thing is no longer the need for the Love the other has for us, and becomes the offering of the Love we already feel, that already is within us. The truth is that the other one is just a character that awakens the Love that already exists within us. He is the inspiration. But Love can be awakened by him as by many things in our life. From the moment we wake up until the moment we go to sleep, the opportunity to feel Love is all around us. It’s necessary to know how to appreciate every moment, every being, every opportunity. And for that, we need to be in contact with our soul, throughout the day. It’s when we make contact with it that we experience that Love. For the Love we seek is the Love our soul feels for us. And only when we do something that allows us to be in contact with it, we feel that Love. That Love is available for all of us. And we don’t need anyone to feel it. We only need to accept that Love. And the path to follow is through the heart. It’s in the heart that lies the key to access our soul. It’s the heart that holds the power we have to link ourselves to the sea of Love available within and around us.

Appreciate every moment, every situation, every person, every being, every thing! Just appreciate! Appreciate with the heart!


Sandra Duarte




Sem comentários:

Enviar um comentário